sábado, 2 de maio de 2009

Ausência...


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


6 comentários:

  1. muito legal o texto, gostei muito do blog!!!! apareça por lá (no meu blog) quando puder....

    t+

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  2. Lindo e emocionante poema Wania, tão real que até dói...

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  3. Esse poema é um dos mais'simples' do Drummond,e também um dos mais lindos.Parabéns pelo post.Abração.

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  4. O Drummond é sempre tão preciso! Praticamente exato - se não fosse um poeta, né?!

    Um beijo!
    =*

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  5. Oi, Kilder...
    Obrigada pela visita, prazer tê-lo por aqui, volte sempre!
    Vou aparecer lá no teu blog, com certeza!
    Bjs

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  6. Oi, queridos amigos, Mírian, Gisele e James!
    Drummond já dizia: "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo"...
    A gente percebe isso quando o lê, ele consegue materializar o sentimento nas palavras.
    Agradeço o carinho de todos!
    Bjs

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"Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes..."
(Cecília Meireles)

Que bons ventos te tragam mais vezes!