segunda-feira, 29 de junho de 2009

Recomeços...

Hoje acordei muito cedo para acompanhar meu pai que ia fazer um cineangiocoronariografia. Este é um exame de imagem invasivo que permite ao médico avaliar a situação hemodinâmica do coração e onde existe sempre um risco, inerente ao próprio procedimento e, também, ao grau de comprometimento da função miocárdica do paciente.

Chegamos ao Hospital, vários outros pacientes já aguardavam cabisbaixos no saguão. Silêncio sepulcral. Idade das mais variadas, mais homens que mulheres. Meu pai é uma pessoa extremamente apega à vida e à família e por isso, realizar este tipo de exame "mexe" muito com ele. Fica sempre com a sensação de que não voltará mais pra casa. Idéia essa que acaba, mesmo sem querer, aumentando a preocupação de todos nós.

Esperamos algumas horas, pois o equipamento da sala onde seriam feitos os exames apresentou uma pane. Neste meio tempo, acompanhei junto com ele a preparação de outros quatro pacientes. Todos de camisolinhas listradas, pró-pés e soro pendurado no braço aguardando a hora de serem chamados. No início todos mudos, mas aos poucos o mais novo e mais falante foi contagiando os demais. Contaram seus dramas, suas idades, seus temores e suas preocupações. Eu ali, dando uns apartes e escutando, atenciosamente, cada um deles. Belas histórias de vida. Aos poucos, foram uma a um, sendo chamados para realizar o exame. Despeço-me do meu pai com o coração apertado feito uma noz, mas com um sorriso de orelha a orelha no rosto para que ele não perceba o meu nervosismo.

Angustiante espera... na doença uma hora tem 180 minutos. Converso, penso, medito, rezo. Olho para o relógio e já se passou mais de duas horas quando vejo meu pai chegando numa cadeira de rodas empurrado pelo incansável auxiliar. Que alívio... corro e dou-lhe um beijo na testa. Minha vontade era de chorar por mais um vitória da vida, mas me seguro! Meus olhos embaçam! Entro na sala de recuperação e encontro os outros quatro amigos de horas atrás, todos rindo, se cumprimentando, felizes por se reencontrarem e felizes por voltarem para casa, nem lembrando mais da angústia que experimentaram horas atrás.

Isso é a vida! Estes são os pequenos recomeços que a vida nos proporciona. Ela que ao mesmo tempo derruba, vem depois e rega o broto! E por mais diferente que seja a vida de cada um daqueles que ali estava uma coisa eles tinham em comum: a vontade de voltar para as suas casas, para os seus amores... de voltar para as suas VIDAS!

Voltei feliz... para casa...para VIDA!

sábado, 27 de junho de 2009

Tempo Zero...

Palavras em Cronos.

Ancorei para conhecê-lo.

Sorri com a descoberta.

Experimentei sua mansidão...


Sua Essência...

Sua Existência!


Sua voz me puxa pela mão.

Leva-me à Kairós.

Janelas do tempo,

Paramos o tempo,

Não temos mais tempo,

Temos todo o tempo!


Travessa da Espera...


Eu só quero saber

em qual rua a minha vida vai encostar na tua...




("Encostar na Tua" música de Ana Carolina)

http://www.youtube.com/watch?v=rqdJf5EPsPE


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Torto...


Nosso amor começou oblíquo.

Enviesado desde o início.

Torto mesmo.

Bom, mas torto!

Alinhar é preciso?


Só a reta chega?

Fomos de lado,

... sempre de lado!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

As frases da minha lua...

A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege.”

Adélia Prado

terça-feira, 23 de junho de 2009

Fôlego...

“Quem faz um poema abre uma janela.
respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
quem faz um poema salva um afogado”

Mário Quintana

E como é bom respirar o ar que entra por esta janela...

Estou salva...

Estou salva!