terça-feira, 30 de março de 2010

Dos Moinhos, das Dulcinéias e dos Quixotes...



Quem me dera ser Dulcinéia...

Vestes de camponesa

Títulos de nobreza

Dona de toda beleza

Que roubou da natureza


Que me dera ser Dulcinéia...

Do cristal, delicadeza

Das pedras, fortaleza

Das águas, toda pureza

Dos pássaros, só a leveza

Do sol, brilho e clareza

E das flores, a boniteza


Quem me dera ser Dulcinéia...

Por ser toda esperteza

Moldou-se com muita justeza

Da lama, alguma vileza

Da neve, muita frieza

Do vento, a ligeireza

Das tempestades, a brabeza


Quem me dera ser Dulcinéia...

Que nunca se entregou sem defesa

A qualquer Quixote que seja

Nunca teve o coração machucado, sua maior riqueza

Nem viveu na incerteza, sua grande fraqueza

E dos seus moinhos de ventos?

Destes, sempre venceu com largueza


Quem me dera ser Dulcinéia...

Nunca saberia o que é tristeza

Quem me dera...


(Wania)



domingo, 28 de março de 2010

Tênue...




À Laurinha, na sua imensa dor...



Um corpo Frágil que suporta um

Pesado fardo que abarca um

Penoso jugo que se sustenta por um

Delicado fio que ao se partir liberta uma

Alma leve que guarda uma

Vida alegre que viaja nas asas de uma

Borboleta que voa rumo ao Infinito Azul



(Wania)


Música de David Lanz – “Courage of the Wind”



sexta-feira, 26 de março de 2010

Out[r]ono...


David Lanz - Before The Last Leaf Falls



Que venham os ventos gelados

E as chuvas miúdas

Roubarem as cores

Despirem as folhas

Dos meus dias grisalhos

Caduco pra renascer...

(Wania)