O final de semana foi chuvoso, mas o cinza não conseguiu esconder as cores da Cidade Luz.
Domingo, perto do meio dia peguei a linha 6 do metrô, para mim uma das mais bonitas. Um metrô pode ser bonito? Deixa eu explicar o motivo do meu entusiasmo: esta linha tem um trecho que sai para superfície nos levando do mais completo escuro para a mais bela visão do Sena coroado pela Torre Eiffel. Para quem não espera, como eu na primeira vez que estive aqui em 2007, é de emocionar. Ontem mesmo, uma estação antes, embarcou um rapaz tocando no seu acordeom “Sous le ciel de Paris” e ver de novo aquela imagem que descrevi embalada por esta música, fez a minha emoção transbordar outra vez!
Cheguei em Étoile. O trottoir nas calçadas da famosa Avenue Champs Elysèes comprova que o frio só existe do lado de fora. Meu destino: Petit Palais. Fui visitar uma exposição de fotografias “Reporters sans frontières” de Pierre e Alexandra Boulat e, consequentemente, o interior do “pequeno” palácio que ainda não conhecia.
Ele foi construído pelo arquiteto Charles Girault para a Exposição Universal de 1900 junto com o Grand Palais e a Ponte Alexandre III e abriga hoje o museu das belas artes de Paris. A construção é belíssima. A fachada grandiosa e o pórtico de entrada todo dourado, um lindo trabalho em ferro forjado, é majestoso. No interior, as grandes galerias são alimentadas por luz natural através de grandes superfícies vidradas, cúpulas transparentes e uma série de largas janelas nos brindando com mais um belo teatro de luzes e sombras. No centro, entre corredores margeados por imensas colunas, abre-se um jardim exuberante. Dentro do palácio, a leveza da arte em contraste com a imponência da arquitetura. Cada detalhe, cada obra me remetem ao passado e me fazem pensar nas tantas mãos que tão habilmente fizeram estas maravilhas. Pensariam eles que estariam perpetuando o tempo materializando as suas sensibilidades?
A exposição de fotografias de Pierre e Alexandra Boulat, pai e filha que foram dois grandes nomes do fotojornalismo francês, é igualmente bela. São cem fotos pela liberdade de imprensa retratando, o pai, celebridades, política, moda e, especialmente, Yves Saint Laurent e a filha focando um terreno mais delicado e em áreas de risco como Kosovo, Bósnia, Iraque e Palestina.
A tarde terminou com uma caminhada pela avenida em direção ao Arco do Triunfo. O vento gelado soprando no meu rosto fazia questão de me acordar para esta realidade. O gris que pintou o dia não conseguiu resistir a força do amarelo que trouxe o entardecer.
As emoções em Paris se encontram em cada esquina, basta ter olhos para ver!
Primeira fotografia de Patrick Giraud,Petit Palais en 2006
Porque este selinho/desafio veio de uma amiga e poetisa muito especial, a Mirze do Meu Lampejo, deixo aqui o meu agradecimento e aqui vão as regras e os indicados por mim, mas sintam-se bem à vontade de levá-lo ou não para seus respectivos cantinhos, ok? O que vale é a brincadeira e a amizade que vem e vai junto!
Regras: este selinho tem exatamente esse objetivo: homenagear blogueiros amigos e talentosos. Como todo selo aqui vai seu protocolo:
1º Exibi-lo em seu blog com um linkde quem o indicou;
2º Postar uma imagem acompanhada de um texto curto (5 ou 6 linhas) com os quais você se identifique profundamente e que revelem o que é magia e encantamento em sua vida. O texto pode ser de outra pessoa desde que seja algo expressivo para você;
3º Indique 6 blogs mágicos e encantadores.
Aqui vão alguns, entre tantos blogues talentosos, onde eu encontro esta grande magia que é escrita seja da forma que ela assumir:
Cheguei bem, a viagem ótima. Do avião, o céu parecia um quadro de Monet, todas as gamas de azul mescladas com todos os laranjas que só a Natureza sabe onde encontrar! Quatro graus, para quem adora o frio como eu, não existe combinação melhor.
Paris continua liiinda, a velhice só lhe faz bem. As rugas que o tempo lhe imprime só realçam ainda mais a sua beleza. Talvez a luz que ela irradia seja a responsável por esta sua eterna juventude!
Meu apartamento é uma casinha de bonecas, as janelas têm balcões e floreiras e a louça é toda em formato de coração (isso eu não sabia). O prédio antigo tem aldrava nas portas que eu, particularmente, adoro. Moro no terceiro andar e minhas janelas dão para o pátio interno, cheio de vasos de flores no térreo e janelas floridas nos outros andares. Tenho uma visão dos telhados de Paris com suas chaminés, muito lindo à noite quando a lua vem se pendurar feito brinco em uma delas. Meus sonhos são tantos que alguns voam pela janela...
Na minha rua tem o mundo na calçada. Tudo que se quiser bem ao alcance das mãos em algumas poucas quadras. As boulangeries são lindíssimas, o cheiro de baguete quentinha à tardinha e no início da manhã é tentador, ainda mais com este friozinho no ar. No final da rua tem uma feirinha permanente com vários produtos artesanais e industrializados de vários locais da França como queijos, peixes, massas, patês, molhos, vinhos, flores e chocolates. Além de uns três cafés com as tradicionais mesinhas na calçada e alguns restaurantes, igualmente lindos! Passear por aqui tem seu charme! É muito boa a sensação de se ter uma chave, o nome na caixa do correio e uma casinha para se voltar no fim do dia ...em Paris.