Amanhecer de novo...

Sempre que a vida me dá uma canseira, preciso de um tempo sozinha. Tempo para mergulhar dentro de mim e buscar as respostas. E como tenho perguntas sem respostas. Às vezes, fico imaginando que seria melhor não formulá-las para não ter o trabalho de respondê-las, mas isso eu, realmente, não consigo fazer! Eu me questiono muito!

Esse processo não é indolor, muito pelo contrário. Tiro as cascas das feridas que supunha cicatrizadas. Desconstruo o que parecia estar alicerçado desde o início. Repenso o que pensava já estar definido.

Fazendo isso, me dou conta que as mudanças são contínuas. Dou-me conta da impermanência de todas as coisas! E de posse deste conhecimento, eu vou me desapegando das situações ou dos sentimentos que me fazem repetir certos modelos, antes tidos como permanentes, que agora não me servem mais.

Renovar-se, recriar-se, reestruturar-se são processos fundamentais para eu reencontrar o meu lugar. Para me preservar das coisas que me machucam. Para me colocar em primeiro lugar, sem que isso prejudique alguém ou me imponha um sentimento de culpa. E, no momento em que eu consigo fazer isso, eu encontro as respostas para as minhas perguntas. E aí, volto com mais força e mais fôlego para suportar todos os reveses do caminho.

Mudar-se também cansa, mas é um cansaço bom. Não um cansaço que desanima, que tira o fôlego, que nos põe para baixo, mas um cansaço que recompensa e conforta.

Então, eu de novo em mim.

Eu de volta para o hoje!

Eu de volta para VIDA!

“Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre.

Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida.”

(Fernando Pessoa)