quarta-feira, 17 de junho de 2009

Exausta...

Chega uma hora que cansa!

Cansa nadar contra a maré,

Cansa ter que ir ao fundo,

Cansa voltar para respirar.

Chega uma hora que cansa!

Cansa nunca “dar pé”.

Chega uma hora que...

... cansa!


12 comentários:

  1. ah, Wania
    Chega uma hora que se chega...e aí tudo pára !
    beijo, te desejo um momento pleno, sem cansaço!

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  2. Porque estava a água tão azul ?

    Abriu os braços e deixou-se ir. O fundo do oceano chamava-a, num murmúrio silencioso que mais ninguém, para além dela própria, ouvia. Talvez fosse só o rebentar das ondas nos recifes de coral, à superfície; ou o rolar das conchas no fundo de areia, empurradas pela corrente. Ou talvez não fosse nada.
    Um silêncio imenso, azul, tomou-lhe o corpo, enquanto se afundava devagar, contemplando a superfície luminosa das águas a afastar-se, cada vez mais distante, mais distante...
    Era uma forma de partir, tal como outra qualquer.
    Era uma forma de desistir, de renunciar ao sofrimento, de dizer basta à doença, de aceitar... que nem sempre se pode vencer.
    Soltou as últimas bolhas de ar que ainda conservava consigo e ficou a vê-las subir, rumo à superfície... enquanto ela se afundava mais e mais, para uma água cada vez mais azul, rumo à escuridão.
    O médico dissera-lhe: mais seis meses... talvez um ano, se tiver sorte...
    Não era justo.
    Tanta coisa ainda por fazer... tantos projectos inacabados... tantos sonhos por cumprir... e uma doença, seis meses de vida, talvez um ano? Se tivesse sorte?
    Não era justo.
    Mas a vida não tinha que ser forçosamente justa, pensou. Sentira as primeiras dores no mês anterior, e depressa compreendeu o que a esperava, nos tempos seguintes.
    As dores repetiram-se, aumentaram de intensidade. O médico também a avisara disso. O próximo passo seria a cirurgia, a amputação, e depois... nem ela sabia o que seria o depois.
    A falta de ar apertou-lhe o peito.
    À sua volta, um bando de peixes coloridos parecia intrigado, pela presença daquele corpo inerte, afundando-se vagarosamente no oceano.
    A vista turvou-se, misturando formas e cores numa aguarela confusa.
    Deixou-se ir.

    Algo a tocou. Abriu os olhos.
    O que era aquilo?
    Uma tartaruga? Nunca estivera assim tão perto de uma...
    Passou-lhe a mão pela carapaça, lisa e escorregadia. Ela devolveu-lhe o gesto, debicando-lhe o braço frio. Só então reparou, quando a viu afastar-se.
    O pobre animal já sofrera no corpo a investida de algum caçador, faltava-lhe um dos membros inferiores. Nadava desajeitada, em sucessivas curvas, mais devagar do que seria normal... mas mesmo assim, sobrevivera, e ainda continuava viva, nadando...
    Ficou a vê-la afastar-se, rodeada por um séquito de pequenos peixes, como se de uma autêntica corte se tratasse.

    Contemplou novamente a superfície esbranquiçada das águas, cada vez mais longínqua.
    Valeria a pena?

    Não sabia.
    Sabia simplesmente que... tinha que tentar.
    Abriu os braços e apontou à superfície. Podia já não ter ar suficiente... mas valia a pena tentar...

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  3. Oi, Nadia...
    Que bom te ver por aqui, tava com saudades!
    Eu espero, realmente, que uma hora a gente consiga chegar! UFAAAA!!!

    ******

    Oi, Rolando...
    Bem vindo!
    Que liiiindo texto, que bela mensagem de esperança e força.
    Sabe, eu sou uma pessoa que acredita, cegamente que dias melhores virão, mas tem vezes que a gente cansa um pouco de nadar contra a correnteza!
    Me conheço, logo isso passa e eu abro os braços e aponto à superfície! SEMPRE vale a pena tentar...SEMPRE vale a pena recomeçar!

    OBRIGADA de coração!VALEU!
    Volte mais vezes!
    Bjs.

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  4. Quem não conhece essa sensaçao que atire a primeira pedra! :)

    Obrigada pela visita no Café e pelas doces palavras. Amei seu texto sobre Gramado, que encanto!

    beijos

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  5. É verdade, Mírian!
    Que já não se sentiu assim um dia... o bom disso (se é que isso tem lado bom) é que sempre passa!

    O prazer é todo meu em te visitar! Podes ter certeza!
    Bjão amiga!

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  6. as vezes a gente fica assim, e é tão ruim né?
    espero que vc ja esteja melhor, e tenha um fds maravilhoso

    bjsss

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  7. É verdade Dri, as vezes não tem como não se sentir assim... mas a gente supera.
    Obrigada, Amiga!
    Que teu findi seja igual ou melhor!
    Bjão.

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  8. Exaustão é muito difícil mesmo, mas temos que seguir em frente.
    Então que os bons ventos possam lhe dar um descanso e nova direção.
    Beijos Tempestuosos!

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  9. Obrigada, Lê querida!
    "Não existe vento favorável para aquele que não sabe onde vai" (Sêneca)
    Tô mudando de rumo!
    Que o vento seja favorável!

    Bjão e bom findi pra ti (só love, só love..rsrs)!!

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  10. Lindo este poema!

    e Olá,
    espero que vá gostar do SELO construído propositadamente para o seu pefil de imagem de foto, aqui do Blog :)

    Um beijinho para si

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  11. Querida amiga ELLEN...
    Obrigada pelas palavras e pela visita.
    Sempre bem vinda aqui.

    Feliz estou eu com a oportunidade criada pelo João de conhecer novos amigos e pessoas de grande sensibiliddade como tu.
    Com certeza irei amar este selinho. Só o carinho que estás colocando na sua confecção já aumenta seu valor em mil vezes. Esse é o maior prêmio...a amizade de todos que vem junto com ele!
    Desde já agradeço de coração teu carinho!

    Que um oceano nunca se interponha entre esta que amizade que acaba de surgir.
    Bjs.

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  12. Obrigada Wania, pelas palavras tão gentis a mim dirigidas. Também terei muito gosto que acompanhe o meu Blog... será sempre bem vinda aquela tendinha :)

    Beijinho para si

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"Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes..."
(Cecília Meireles)

Que bons ventos te tragam mais vezes!