segunda-feira, 9 de março de 2009
ADOECI...
A doença é sempre cruel por mais banal que ela seja!
Ela aponta as nossas vulnerabilidades sem dó nem piedade.
Nos deixa completamente nus.
Tive febre alta por três dias seguidos.
Cada vez que os graus do termômetro aumentavam, minha idade decrescia.
Cheguei lá pelos meus 9 anos...
Quando eu tinha febre, minha mãe tirava as cobertas, mas me cobria de carinho.
Carinho de mãe é cobertor de casal para uma cama de solteiro.
Arrasta no chão.
Suas compressas nunca eram frias, por mais fria que a água estivesse.
A mãe quando torce o pano, amorna a água com o seu zelo.
Zelo de mãe aquece até agua.
Meu pai ligava do trabalho para saber como eu estava.
O telefone eram os olhos do meu pai dentro do meu quarto.
Fazia-se presente mesmo na sua ausência.
A mãe tirava a minha culpa das faltas na Escola.
Fazia canja de galinha.
Sopinha de pera das peras do quintal da minha tia.
Trazia guaraná com bolacha Maria na bandeja.
Fazia mingau de maisena.
Deixava a gente comer purê de batatas de colher.
Mães são colheres, côncavas e sem pontas, conheço algumas que vieram facas.
Toda exceção tem sua regra!
Esse era o arsenal terapêutico da minha mãe...
milagrosos estes remédios, pena que as mães de hoje não lembrem mais disso.
À noite me dava um beijo na testa e me mandava sonhar com os anjos.
Rezava em voz alta pela minha melhora.
Apagava a luz do meu quarto para eu não ter que me levantar.
Mãe quando apaga a luz do quarto dos filhos acende aquela luzinha de emergência que ela instalou desde cedo no coração da gente.
Manhêêê, cadê você?
Vou gritar baixinho, se ela ouve vem correndo!
Apesar de ouvido de mãe ser muito apurado,
ouve até pensamento de filho!
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Wânia, quanto carinho expresso através das tuas palavras doces. Fiquei com saudades de ser criança e receber mingau ou canja de galinha quando eu ficava doente.
ResponderExcluirQue essa luzinha que elas acenderam no nosso coração nunca se apague, né? E que a gente possa, de vez em quando, ficar doente, voltar a ter só 9 anos e querer sopinha na cama e cafuné!
Beijo pra ti! Espero que já estejas bem!
Wânia, que vontade de voltar para os braços seguros e os cuidados maternos, principalmente quando essa pessoa tão especial, essa fortaleza, não está mais entre nós (meu caso). Agora, aprendo a ser eu o meu cobertor...
ResponderExcluirCom certeza Luciane, isso é o lado bom do RUIM... rsrsrs! Quanto a luzinha...
ResponderExcluirBem... luzinha de mãe usa pilhas Duracell recarregáveis! Obrigada pelo cafuné! Estou me recuperando. Beijo
Querida Mariah imagino como deva ser difícil ter que se acostumar com cobertor de solteiro, depois de ter tido um tão maior, mas em compensação no escuro tu nunca ficarás. Quando elas se vão a luzinha jamais se apaga. Mães também são sábias! Fica bem! Beijo.
ResponderExcluirLindo teu texto Wania! Deu para realmente sentir saudades. Febre assim até vira uma coisa gostosa.
ResponderExcluirO melhor da escrita é conseguir trazer os amigos pra perto da gente e amigos por perto é melhora na certa!
ResponderExcluirObrigada Marcelo pelo carinho de sempre! Bj