

O vôo sai sempre no horário. O concorde bate recordes sobre ele mesmo, uns 35 minutos e já aterriso no Charles de Gaulle. A alfândega nunca me barra, já tenho visto permanente, afinal quem vai à Paris toda terça já é cidadão parisiense.
Enquanto passeio por Paris vou sendo apresentado às palavras. São tantas que tenho que voltar à Paris v

Aprendo os verbos e as conjugações na Champs-Élysées. São tantas lojas quanto existem verbos em francês. Os verb

Em Montmartre aprendo os adjetivos , os advérbios e as cores. Preciso de tantos para descrever esse lugar que acabo aprendendo tudo de uma única vez. Do alto, a Sácre-Coeur abençoa as palavras. Benditas palavras francesas. Penso que esta tarefa não é só dela, os Deuses ainda passam por lá para ajudá-la. O ar lá em cima é mais leve e tem cor. À medida que passa pelos nossos pulmões, nos colori por dentro. Ninguém sai preto e branco de lá. Nem as palavras. Ninguém sai de lá sem sabê-las de cor.

Aprendo os números, os meses, os anos e as estações no Louvre. Percorro uma linha do tempo de palavras. Quanta riqueza num só lugar. Vou do Egito antigo ao Renascimento subindo dois lances de escadas. Aprendo o significado do passado lendo o presente.
O relógio do Museu D’Orsay me ensina as horas. Nunca é tarde para aprender!
Faço intervalo nos Jardins de Luxemburgo. Aqui 15 minutos viram horas.


Aprendo a negação e os pronomes nas Galerias Lafayette. Aqui se aprende na marra! Um sim dito aqui sai muito caro! E o caro aqui é em euros.
A viagem acaba no Arco do Triunfo. Muitas coisas convergem para lá. Avenidas, sonhos, vontades e palavras. Como é bom

Au revoir, Paris!
À mardi prochain!
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"Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes..."
(Cecília Meireles)
Que bons ventos te tragam mais vezes!